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Conheça o criador do Jardim Moderno, um paisagista completo, pintor, ceramista, designer de joias e muito mais

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Renomado paisagista Roberto Burle Marx

Foto: Wikimedia Commons

A história da construção da Capital do País é tão complexa e envolve tantos esforços e genialidades que quanto mais você conhece, com certeza, mais você irá desejar conhecer.

Em muitos artigos sobre a construção de Brasília, os detalhes dos prédios e monumentos criados contam com uma frequente presença: o paisagismo de Burle Marx, com um toque único, visionário e poético de natureza nas construções.

Mas seu talento não ficou reservado apenas para Brasília, como, por exemplo, o paisagismo do Eixo Monumental, Burle Marx projetou cerca de dois mil jardins, sendo o responsável pelos Jardins do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Vamos conhecer mais sobre ele?

Infância saudável e cultural

Em 04 de agosto de 1909, nascia em São Paulo, Roberto Burle Marx, filho de Wilhelm Marx, um judeu alemão que comercializava couro, e de Cecília Burle, uma pernambucana descendente de franceses. Sendo o quarto filho de seis irmãos, a descendência dos pais sempre teve uma influência cultural na vida do filho.

Desde a infância, vivida inicialmente em um casarão na Avenida Paulista e, mais tarde, no bairro do Leme, no Rio de Janeiro, Burle Marx já apresentava sua habilidade em manusear e cuidar de jardins, sempre ao lado da mãe. Inclusive, a mãe separou um canteiro especial que só o filho cuidava.

Primeiras inspirações

Com 19 anos, Burle Marx teve um problema de visão e a família voltou para a terra natal do pai em busca de tratamento. Na Alemanha, o paisagista teve um “encontro” que marcou sua vida: conheceu o Jardim Botânico e suas estufas, algumas delas dedicadas a plantas brasileiras que ele nem conhecia.

Spoiler! É desse contato com plantas nativas brasileiras na Alemanha que nasceu seu estilo inconfundível, tornando-o o criador do Jardim Moderno.

Durante sua estadia em Berlim, Burle Marx estudou canto e se envolveu com a cultura da cidade, sempre presente em teatros, óperas, museus e galerias de arte. Teve contato com as obras de artistas visionários e únicos como Vincent Van Gogh (1853-1890), Pablo Picasso (1881-1973) e Paul Klee (1879-1940). Em 1929, frequenta o ateliê de pintura de Degner Klemn.

Ambiente fértil

Ao retornar ao Brasil, apesar da proximidade com o paisagismo, Burle Marx opta por cursar Artes Plásticas na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde teve a oportunidade de estudar com artistas que se tornariam proeminentes, como Cândido Portinari, além de conhecer arquitetos de futuro renome, como Helio Uchôa, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

Inclusive, em 1932, Lúcio Costa, que era vizinho de Burle Marx e acompanhava seu cuidado pessoal com o Jardim de sua residência, pediu para que o colega fizesse o jardim de duas casas que Costa estava projetando, muito provavelmente, sendo os primeiros projetos profissionais de Burle Marx. Já seu primeiro projeto público aconteceu em 1934: uma praça, no bairro do Forte, em Recife, no estado natal de sua mãe.

A partir desses contatos e projeto iniciais com grandes nomes da arquitetura que a carreira profissional de Burle Marx deslancha e ele “pincela” seu nome e sua arte em inúmeros monumentos e espaços singulares de nosso país, especialmente, em Brasília.

É Burle Marx quem assina os contornos do jardim do Palácio Jaburu, da Praça dos Cristais, do Eixo Monumental e do Palácio Itamaraty.

Valorizando suas raízes

Com o perdão do trocadilho, essa é uma grande verdade sobre o estilo de trabalho de Burle Marx, a característica que o diferenciava dos outros profissionais.

Ele rompe com os modelos europeus de fazer paisagismo e traz plantas nativas para composição dos jardins, procurando enfatizar e dar o devido valor à rica biodiversidade do Brasil, utilizando plantas da caatinga e das florestas tropicais.

Curiosidade! Em 1949, Roberto Burle Marx compra um sítio em Campo Grande, Rio de Janeiro, com cerca de 800.000 m², para criar uma grande coleção de plantas nativas. Ele e alguns amigos botânicos viajaram para várias regiões do país para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a diversidade fitogeográfica brasileira.

Toques de genialidade

Apesar de enfatizarmos tanto sua habilidade e pioneirismo no paisagismo, Burle Marx respirava arte nas mais diferentes formas de expressão, ele era desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de joias, decorador e um excelente chefe de cozinha.

Aparentemente tudo que trazia cor e graça para a vida das pessoas, encantava Burle Marx!

Burle Marx em vídeo

Se você está apaixonado(a) pela história desse paisagista visionário, precisamos compartilhar essa série de três vídeos produzida pela TV Brasil, que inclui imagens únicas do artista trabalhando, depoimento de estudiosos da área e de grandes amigos e colegas de trabalho, inclusive, o mestre Oscar Niemeyer. Vale a pena conferir e se emocionar com toda sua genialidade!

Cronologia de uma vida de sucesso

Através dessa listagem de importantes acontecimentos na vida de Burle Marx, é possível visualizarmos o tamanho e a extensão de sua obra em todo o país.

  • 1909 – nasce Burle Marx em 4 de agosto, em São Paulo.
  • 1913 – Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fixam domicílio.
  • 1928 a 1929 – Vive período na Alemanha com a família.
  • 1930 a 1934 – Ingressa e frequenta a Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
  • 1932 – Primeiro projeto de paisagismo para a residência da família Schwartz no Rio de Janeiro.
  • 1934 – Assume a Diretoria de Parques e Jardins do Recife, projeta praças e jardins públicos.
  • 1937 – Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife.
  • 1949 – Adquire um sítio de 365.000 m², em Guaratiba, RJ, onde abriga uma grande coleção de plantas.
  • 1950 – Projeta o Parque Generalisimo Francisco
  • 1953 – Projeta os Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro.
  • 1953 – Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha,
  • 1954 – Projeta o paisagismo do Balneário Municipal de Águas de Lindóia-SP.
  • 1954 – Realiza o projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado).
  • 1955 – Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ.
  • 1961 – Projeta o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília.
  • 1961 – Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
  • 1968 – Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, D.C. (Estados Unidos).
  • 1970 – Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede oficial do Governo do Piauí.
  • 1971 – Projeta o paisagismo do aterro da Bahia Sul em Florianópolis.
  • 1971 – Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília.
  • 1982 – Recebe o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda).
  • 1982 – Recebe o título Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres (Inglaterra).
  • 1985 – Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró Memória).
  • 1990 – Projeta o paisagismo do Parque Ipanema, em Ipatinga/MG.
  • 1994 – Morre no Rio de Janeiro, em 5 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida. O falecimento foi no dia 4 de junho.

Incrível, né? Que tal conhecer de perto todo o talento e legado de Burle Marx?

Em Brasília, hospede-se com conforto e segurança. Estamos esperando você!

 

 

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