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Formas puras e geométricas que simbolizam toda uma nação

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Capas-Congresso Nacional

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O penúltimo prédio que apresentaremos na Coleção Conhecer e Visitar: Prédios e Projetos Famosos de Brasília é a obra mais simbólica de toda capital brasileira: o Congresso Nacional!

Compondo a Praça dos Três Poderes em Brasília, ao lado do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional foi minuciosamente pensado para representar toda a população brasileira, sendo ícone do país no exterior.

Suas formas puras e geométricas procuram, na simplicidade, exaltar o Brasil e sua nação. Também chamado de Palácio Nereu de Ramos, o prédio é cercado por muita história, informação, belezas arquitetônicas e poéticas. Vamos conferir!  

Aproximação dos poderes

Inspirado em Capitólio nos EUA (local de reunião do Congresso estadunidense, formado pelo Senado (câmara alta) e pela Câmara dos Representantes) e na Basílica de São Pedro em Roma, Oscar Niemeyer, arquiteto responsável pelo projeto do prédio, optou por reunir as casas legislativas do Governo Federal em um mesmo espaço que, anteriormente, ficavam no Rio de Janeiro, em edifícios distintos.

Localizado no extremo leste do Eixo Monumental, o Palácio do Congresso Nacional, que é um dos cartões postais de Brasília e está em um dos vértices do triângulo que delimita a Praça dos Três Poderes, é formado por um prédio principal, na horizontal, que serve de plataforma para duas cúpulas em posições diferentes, além da presença de duas torres gêmeas.

A cúpula voltada para baixo, que é menor, indica o Plenário do Senado Federal, a meia esfera maior, que é voltada para cima, abriga o Plenário da Câmara dos Deputados.

Atrás do edifício principal e entre as cúpulas, se encontram duas torres de 28 andares, cada uma delas pertencentes a uma das casas legislativas. Ao longo das bordas externas das torres estão escritórios e salas de reuniões, ao passo que elevadores e outros serviços estão no espaço entre elas.

Curiosidade: você já reparou que as torres são conectadas por uma passarela de três pavimentos entre o décimo quarto e o décimo sexto andares?

Por fim, uma longa rampa interliga o visitante da rodovia até o edifício. Dividida em dois segmentos, um trecho leva à entrada do palácio, enquanto o outro leva à cobertura do embasamento, revestida em mármore.

Para além da arquitetura

Nas sábias palavras de Oscar Niemeyer, “a arquitetura não constitui uma simples questão de engenharia, mas uma manifestação do espírito, da imaginação e da poesia”.

E foi desafiando os cálculos, conhecendo e exaltando os valores da democracia brasileira e se apoiando na leveza da imaginação, que o renomado arquiteto trouxe muito simbolismo na concepção do Congresso Nacional.

As cúpulas, marcas registradas do prédio, não foram escolhidas e posicionadas ao acaso, Oscar Niemeyer expressou em modernos traços arquitetônicos o desejo de todo um país.

A cúpula virada para baixo, indicando o Senado, retrata a reflexão, a ponderação, o equilíbrio e o peso da experiência, visto que o mandato dos senadores é o mais extenso dos cargos políticos de eleição: 8 anos. Além disso, a estrutura representa metaforicamente a mais alta “cúpula” do país, sendo aquela que irá validar as regras e leis da nação.

Já a cúpula virada para cima, que abriga a Câmara dos Deputados, é maior e mais aberta; sua amplitude transmite que os representantes do povo brasileiro que ali estão devem estar abertos a todas as ideias e ideologias, tendências, anseios e opiniões que compõem o povo brasileiro.

Internamente

A grandiosidade da obra segue também em seu interior, o projeto de Niemeyer preocupa-se em criar grandes espaços livres, uma referência em palácios e, para isso, faz uso de delicados elementos transparentes que evitam transformar os cômodos em áreas pequenas.

O espaço também é preenchido por muita história e cultura! A Câmara dos Deputados e o Senado Federal possuem obras de arte, mobiliário, peças decorativas trazidas de suas antigas sedes, presentes doados por autoridades em visita oficial, condecorações e moedas comemorativas, entre outros. Fazem parte desse acervo, obras de artistas ilustres como Athos Bulcão, Marianne Peretti, Alfredo Ceschiatti, Di Cavalcanti e Burle Marx.

Dica especial! Durante sua visita ao prédio, viagem para dentro dos livros de história admirando o Túnel que liga o Edifício Principal ao Anexo II do Senado, pois, em suas paredes há uma exposição permanente intitulada “O Senado Brasileiro – do Império à República”. Os painéis estão dispostos em ordem cronológica: na parede à esquerda estão informações do período Imperial e da Primeira República; na parede à direita, o período do Estado Novo até os dias atuais.

Túnel exposição permanente Congresso Nacional

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Tombado!

Como você deve imaginar, essa obra arquitetônica e simbólica foi devidamente tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2007, com a feliz coincidência de ser o ano do centésimo aniversário de Oscar Niemeyer.

Quem foi Nereu Ramos

O homem que dá nome a um dos mais importantes prédios públicos do país foi o sucessor do idealizador de Brasília, Juscelino Kubitschek.  Nascido em Santa Catarina, em 3 de setembro de 1888, se formou em Direito em 1909; fez parte do quadro de deputados que elaboraram a Constituição de 1934; foi governador de Santa Catarina por uma década (1935-1945); em 12 de março de 1951 tornou-se presidente da Câmara dos Deputados e, em 1955, ocupou a vice-presidência do Senado.

Após o suicídio de Getúlio Vargas, a doença de Café Filho (então, vice-presidente) e com a deposição de Carlos Luz (então, presidente da Câmara) pelos militares, Nereu Ramos, o próximo da linha sucessória ao cargo, tomou posse como Presidente da República em 11 de novembro de 1955 e ficou até que Juscelino Kubitschek e João Goulart fossem empossados em 31 de janeiro de 1956. Nereu Ramos assumiu o posto de Ministro da Justiça do Governo de Kubitschek.

Incrível, não é mesmo?! Sem dúvida nenhuma vale muito a pena por o Congresso Nacional no roteiro da sua viagem! Se ainda estiver com alguma dúvida, use a tecnologia a seu favor e faça um passeio virtual tanto no Senado quanto na Câmara, mas não deixe de viver essa experiência pessoalmente quando estiver em Brasília.

O programa de visitas ao Palácio do Congresso Nacional funciona segundas, quintas, sextas, finais de semana e feriados, com entrada gratuita, das 9h às 17h30, com saídas de grupos a cada 30 minutos, a partir do Salão Negro.

A visita institucional percorre os Plenários das duas Casas, os Salões Verde e Azul, além do Túnel do Tempo do Senado e o Salão Nobre da Câmara dos Deputados. O prédio conta ainda com visitas especiais e temáticas que acontecem sob demanda ou datas especificas. Informe-se no site oficial!

Em Brasília, hospede-se com conforto e segurança. Estamos esperando você!

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