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O artista que deu a cara de Brasilia

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Athos

Foto: Wikimedia Commons / Olimons

Existem nomes que são recorrentes na história de Brasília, principalmente, quando falamos sobre os monumentos. Athos Bulcão é uma dessas personalidades sempre presente nas mais belas construções da Capital do País.

Muitos dizem que Athos Bulcão transformou Brasília em um museu de arte a céu aberto. Vamos conhecer mais sobre esse artista incrível?

Primeiros passos

Athos Bulcão nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de julho de 1918, e passou grande parte da sua infância em uma casa em Teresópolis. Infelizmente já aos cinco anos de idade, ele perdeu a mãe Maria Antonieta da Fonseca Bulcão, por um enfisema pulmonar.

Assim sendo, foi criado juntamente com o irmão Jayme, 11 anos mais velho, e com suas irmãs adolescentes Mariazinha e Dalila, pelo pai Fortunato Bulcão, entusiasta da siderurgia, amigo e sócio de ninguém menos que Monteiro Lobato.

A timidez que o envolvia enquanto criança fazia com que ele misturasse a realidade e a imaginação. Adorava desenhar. Além disso, suas irmãs, que desempenharam o papel de mãe para ele, sempre o levavam ao teatro, Salão de Artes, espetáculos das companhias estrangeiras, ópera e Comédia Francesa.

Rodeado por gênios

Sabe a máxima popular “Digas com quem andas que direi quem tu és”? Pois bem, ela se encaixou perfeitamente para Athos, isso porque ele era amigo de alguns dos mais importantes e modernos artistas brasileiros: como Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Enrico Bianco – que o apresentou a Burle Marx -, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Ceschiatti, Manuel Bandeira entre outros.

Aos 21 anos, teve a honra e oportunidade de ser apresentado a Portinari e tornar-se seu assistente no Mural de São Francisco de Assis na Pampulha, aprendendo na prática com o mestre.

Flerte com a arte

Apesar de flertar com diferentes formas de artes desde pequeno, a escolha pela profissão não foi óbvia, inclusive, Athos Bulcão iniciou o curso de medicina, o qual abandonou em 1939, para entregar-se de vez à pintura e à escultura.

Durante os anos de 1948 e 1949, o artista mora em Paris e cursa desenho na Académie de La Grande Chaumière e de litografia no ateliê de Jean Pons. Ao retornar ao Brasil, passa a fazer parte do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultural (MEC), e realiza ilustração de catálogos e livros.

Em Brasília

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Então, em 1957, a relação entre Athos Bulcão e Brasília tem início, isso porque o artista foi requisitado por ninguém menos que Oscar Niemeyer para participar da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

Na capital do país, deixou sua marca em forma de murais, painéis, vitrais e relevos de prédio públicos, com os edifícios do Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Igreja Nossa Senhora de Fátima, Teatro Nacional Claudio Santoro, Palácio do Itamaraty, Palácio do Jaburu, Memorial Juscelino Kubitschek, Capela do Palácio da Alvorada, Hospital Sarah Kubistchek entre outros.

Curiosidade! Não é só Brasília que ganhou cores e texturas de Athos Bulcão, ele também trabalhou com Oscar Niemeyer em projetos na França, Itália e Argélia e projetou relevos para o Memorial da América Latina, em São Paulo.

Perfil artístico

Duas características marcantes de Athos Bulcão quando estava fazendo arte é a escolha e o planejamento do uso das cores e a criação de obras que fazem parte do dia a dia da população.

O artista compartilhava o entendimento de Leonardo da Vinci de que era preciso saber o que ia fazer, ele não acreditava em inspiração, e sim, em planejamento, observação, talento e muito trabalho.

Além disso, parte do sucesso e da consagração de sua obra é o fato dela estar espalhada pela cidade, ou seja, não está apenas em museus e galerias, está nas ruas, no caminho que a população passa e pode esbarrar com as suas genialidades ressaltando a já encantadora arquitetura de Brasília. Por tanto, suas obras foram feitas para o convívio da população, demostrando o respeito e consideração do artista com a capital do país e seus cidadãos.

Esse diferencial que Balcão imprimiu em Brasília era comumente mencionado pelo arquiteto e amigo pessoal, João Filgueiras Lima, o Lelé, “como pensar o Teatro Nacional sem os relevos admiráveis que revestem as duas empenas do edifício, ou o espaço magnífico do salão do Itamaraty sem suas treliças coloridas?”.

Marcas de uma vida

Dentre as belíssimas obras criadas por Athos, os padrões de azuleijos, o uso de formas geométricas perfeitamente harmônicas são, com certeza, uma marca registrada do artista e muitas vezes escolhidas como cenários para uma infinidade de fotos e selfies presentes nas redes sociais.

No entanto, toda essa beleza também saiu do “plano” e foi dançar na Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, isso porque a arte de Athos Bulcão foi a referência para a criação dos figurinos e da coreografia do início da cerimônia. A obra desse artista carioca, que colaborou com a criação de Brasília, inundou de beleza o centro do estádio do Maracanã.

As formas do padrão de azulejos da Torre de TV de Brasília ilustraram os macacões dos voluntários e os quadrados e triângulos do painel da Estação da Lapa, de Salvador, imprimiram ludicidade aos movimentos que receberam os atletas e o público que prestigiou esse memorável evento que uniu os povos de todo o mundo.

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Na Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a arte de Athos Bulcão foi a referência para a criação dos figurinos e da coreografia do início da cerimônia. A obra desse artista carioca, que colaborou com a criação de Brasília, inundou de beleza o centro do estádio do Maracanã. As formas do padrão de azulejos da Torre de TV de Brasília ilustraram os macacões dos voluntários e os quadrados e triângulos do painel da Estação da Lapa, de Salvador, imprimiram ludicidade aos movimentos que receberam os atletas e o público que prestigiou esse memorável evento que une os povos de todo o mundo. A Fundação Athos Bulcão celebra essa bela homenagem ao nosso grande artista e parabeniza a organização da cerimônia de abertura da Rio 2016. Emocionante e inesquecível! ‪#athosbulcao ‪#fundathos #rio2016 ‬ ‪#openingceremonyrio2016‬ (foto: Clive Brunskill/Getty Images)

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Para sempre lembrado

Athos Bulcão faleceu no dia 31 de julho de 2008, aos 90 anos, após uma parada cardiorrespiratória. Ele estava em tratamento contra o Mal de Parkinson desde 1991 no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília.

Então em 18 de dezembro de 1992 foi criada a Fundação Athos Bulcão em Brasília, com o nobre objetivo de preservar e divulgar a obra do artista plástico Athos Bulcão, desenvolvendo diversos projetos visando contribuir com a formação de crianças, jovens e adultos e tornar a educação, a arte e bens culturais acessíveis a toda a comunidade, assim como as obras do próprio artista.

A Instituição possui vocação para exposição, documentação, investigação, interpretação, preservação e comunicação, permitindo seu acesso público e se constituindo como espaço de relação e mediação cultural com orientações patrimoniais e artísticas.

E aí? Vai dizer que não está curioso para conhecer ao vivo e a cores o legado deixado por esse brilhante artista na Capital do País?

Em Brasília, hospede-se com conforto e segurança. Estamos esperando você!

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